A revolução digital na saúde e sua história
A revolução digital na saúde e sua história
Paulo Miranda
Paulo Miranda
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Assim como nosso lema, a revolução digital na saúde é parte do que a medicina busca para conferir o melhor tratamento ao paciente e a melhor condição de trabalho para o médico. 

A história da medicina digital nos leva a uma imersão na visão de como o progresso acontece gradativamente e de como precisamos estar por dentro desse upgrade.

Aqui você vai acompanhar esse processo.

Saúde Digital: o que é?

Ao falar da revolução digital na saúde e da inovação e tecnologia dentro da medicina, pensamos muito no quesito da robótica e avanços no que diz respeito aos tratamentos mais inovadores surgidos nos últimos tempos. 

No entanto, também temos várias vertentes que visam a democratização dentro do acesso à saúde: estamos falando da saúde digital. 

Primeiramente, precisamos abordar a revolução digital na saúde e no conceito de saúde digital. 

Também conhecido como E-saúde ou saúde 4.0, a saúde digital vem integrando modernidade com possibilidade de atendimento ao paciente, treinamento facilitado com possibilidades de interações mundiais, acesso ao diagnóstico e debate multiprofissional.

Além do mais, tende a acelerar o sistema de diagnóstico e atendimento no que diz respeito ao tempo de espera do paciente e as assimetrias que encontramos no setor da saúde. 

Com a revolução digital na saúde a Modernidade, praticidade, conforto e segurança são os pilares sintetizadores da E-saúde que ganha cada vez mais adeptos, principalmente depois da Covid-19.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sistema de E-saúde, ou e-Health, deveria ser implantado em todos os países, inclusive é recomendado que os países membros façam a implantação e a disponibilização do serviço de modo a diminuir as marginalizações e dificuldades de acesso à saúde. 

a revolução digital na saúde
saúde digital em um infográfico com a linha do tempo desde 1989.

A imagem, divulgada em um artigo da TMF (The Medical Futurist, instituto de discussões públicas referentes ao futuro da medicina) que mostra os marcos  da revolução digital na saúde.

História da Saúde Digital por Fases

Com a maximização e expansão da internet, as novas tecnologias buscam se adequar e angariar cada vez mais adeptos. 

Apesar que a revolução digital na saúde ter enfrentado resistência inicialmente, principalmente das grandes empresas e de uma parcela médica.

Atualmente, a revolução digital na saúde, é incentivada já que abraça o público, e os consumidores digitais através dos equipamentos conectados ao serviço de internet, facilitando, também, a proximidade para com o serviço e o acesso aos públicos alvos.

Apesar de termos uma visão macroscópica nos dias de hoje, precisamos voltar ao começo para descobrir o início da revolução digital na saúde e entender a sua evolução. 

Feito isso, poderemos compreender melhor seus principais pontos e como isso poderá auxiliar a revolução digital na saúde e seu desenvolvimento nas redes de internet.

1987- o início 

Com o advento da quarta revolução industrial, mais conhecida como Revolução técnico-científico-informacional, a área  da saúde vem se aperfeiçoando, integrando cada vez mais tecnologias que são capazes de auxiliar a revolução digital na saúde e com os profissionais favorecendo os pacientes.

Diante a revolução digital na saúde, o E-saúde se desenvolveu, ampliando suas vertentes e se espalhando por vários países do mundo, mesmo que tenha surgido nos países mais industrializados e que fazem investimento em novas tecnologias e no aprimoramento das já existentes.

“A primeira abordagem da telessaúde ocorreu em 1987 com o atendimento de uma criança que tinha uma infecção viral das vias aéreas. A telemedicina, neste caso, auxiliou no diagnóstico e tratamento médico”.

Datados do livro de Adam Darkins e Margaret Cary – Telemedicine and Telehealth: Principles, Policies, Performances and Pitfalls. 

1950 – 1999 Crescimento 

Já na segunda metade do século XX, mediante o desenvolvimento tecnológico, tivemos a ampliação de técnicas que favoreceu a revolução digital na saúde, principalmente as:

  •  Imagens de ultrassom, 
  • O sequenciamento do DNA,
  • O desenvolvimento de órgãos artificiais.

Sob esse viés, obtemos a abertura de caminhos para a maximização para  a revolução digital na saúde, ultrapassando as fronteiras da telemedicina e transpassando os diagnósticos. 

Frente a isso, a saúde 4.0 angariou as linhas de tratamento e estabeleceu sua solidificação, chamando a atenção, principalmente, dos médicos.

Ao final dos anos 90, tiveram várias associações americanas aparecendo, crescendo para todo o mundo. Essa expansão tinha como objetivo a prestação de saúde por meio de tecnologias e telecomunicação digital. 

Como exemplo, temos a American Telemedicine Association e a European Health Telematics Association.

2000 – 2015 Maturação

Conforme a revolução digital na saúde e suas novas tecnologias foram tornando-se mais massificadas, o desejo pela saúde digital foi cada vez mais intensificado.  

No início do século XXI, medidas como a expansão da internet proporcionaram acesso facilitado a curiosidades e informativos médicos, aumentando a abordagem médico-paciente e sanando eventuais dúvidas.

Diante disso, tivemos o aparecimento de novos termos e opções. No caso do m-Health, ou saúde móvel, os serviços estão disponíveis em aparelhos celulares e podem ser levados para qualquer lugar. 

Já no e-Health, ou saúde eletrônica, o acesso ao médico se dá através de um aparelho eletrônico e é tido como mais facilitado que o presencial.

Além do mais, temos, também, a Saúde Personalizada, conceito abordado na revolução digital na saúde que diz respeito ao próprio paciente decidir o que quer saber sobre seu estado clínico. 

De modo geral, o tratamento é dado baseado em características de cada paciente, algo mais individualizado e único.

2015 – Futuros brilhantes

A partir do ano de 2010, a revolução digital na saúde teve sua expansão caracterizada como um “boom”. 

Essa potencialização permitiu que o e-Health fosse aprovado pelos pacientes, pelos empreendedores e pelos médicos e compreendido como o mais elevado padrão de saúde, em especial a pública.

Ocasionada por conta da pandemia de Covid-19, o atendimento digital começou a ser a opção mais relevante para essa situação. Um marco importante foi o lançamento de uma unidade de saúde digital nos Estados Unidos, no ano de 2017.

Essa inovação permitiu o desenvolvimento e massificação de tecnologias voltadas para o desenvolvimento da saúde.

Avaliados em bilhões de dólares, os investimentos estão cada vez maiores e mais presentes. Tais incrementos de capital garantem uma espécie de futuro brilhante para a revolução digital na saúde, algo que vai abranger cada vez mais o público e não só o privado.

Diante desses desenvolvimentos, é esperado que a revolução digital na saúde se torne uma espécie de mercado autônomo. Além do mais, também esperamos que ele responda de modo mais particular, atraindo cada vez mais investidores e usuários. 

A menina dos olhos, por fim, está crescendo e garantindo uma sustentabilidade ímpar para os adeptos às tecnologias.

História da Saúde Digital uma divisão por marcos:

1987- primeiro diagnóstico médico via telefone (telemedicina)

O primeiro contato com a revolução digital na saúde foi com o que conhecemos de telesaúde, se deu no ano de 1897 quando um médico fez o diagnóstico de uma criança por telefone. 

Além do diagnóstico, as orientações relacionadas ao tratamento também foram realizadas, numa espécie de start para a revolução digital na saúde.

1956- primeira clínica a usar um exame que utilizava em ultrassom por imagem

O passo seguinte foi a utilização de aparelho de ultrassonografia por imagem, ajudando na investigação de doenças. 

Ter um aparelho que mostrava os órgãos humanos através do aspecto que era visto internamente foi um progresso considerável e seria a ponte com o que viria no futuro com a revolução digital na saúde.

1969- primeiro transplante de coração artificial realizado com sucesso

Abril de 1969. Se fosse parar para pensar o que ocorria no dia 04 desse mês, o que você falaria? Certamente não teríamos ideia, mas nesse dia ocorreu o primeiro transplante de coração artificial. 

A operação foi realizada por um cirurgião norte-americano em um paciente de 47 anos.O implante do primeiro coração artificial da história só foi possível graças aos estudos que deram o poder de desenvolver a tecnologia para que a introdução desse certo. 

Apesar do avanço, o coração do paciente bateu apenas por 64 horas já que o mesmo pegou uma pneumonia e morreu no pós-operatório.

1977- desenvolvimento da primeira técnica de sequenciamento do DNA

Conhecer o DNA não era o bastante. Para conseguir compreender o que nosso banco genético significava e carregava, era necessário conseguir identificar a composição e a sequência das bases nitrogenadas existentes no composto orgânico.

O sequenciamento permitiu que a medicina evoluísse ainda mais. Não obstante, a descoberta de doenças e seus eventuais tratamentos só foi possível mediante a otimização que a medicina digital trouxe consigo. 

A cada novo passo, a importância do desenvolvimento tecnológico ficava cada vez mais claro.

1989- criação da Associação Internacional de Informações Médicas

Nenhuma evolução é feita sozinha, não é? A resposta é sim, nada acontece sem que o micro evolua para o macro e vice-versa. Foi pensando nisso que em 1989 foi criada a Associação Internacional de Informações Médicas.

Com objetivo no desenvolvimento, a classe tem como objetivo discutir as inovações digitais e desenvolver sobre as mesmas. 

Desse modo, é possível saber o que ocorre em todos os países, criando uma espécie de rede de trocas de informações médicas que promove ainda mais o desenvolvimento da revolução digital na saúde.

1993- criação da Associação Americana de Telemedicina

A Associação Americana de Telemedicina, também conhecida pela sigla ATA, foi criada com o objetivo de fazer a regulamentação das modalidades de telemedicina. 

Criada em 1993 em um dos países com a tecnologia mais avançada até aquele ano, veio instituindo pontos para que o atendimento não fosse feito de um modo regular.

1999- criação da Associação Européia de Tecnologias da Informação da Saúde

Buscando a melhoria e desenvolvimento da saúde no país, em 1999 foi instituída a Associação Européia de Tecnologias da Informação da Saúde. 

Os países membros do continente se reuniram para discorrer sobre as possibilidades de incrementos na revolução digital na saúde.

Com isso, o salto foi notório e os tratamentos foram melhorados. Ganha o paciente, sem sombras de dúvidas, e, também, os médicos e empresas envolvidas. 

Como no mundo gerido pela globalização, sempre que temos uma melhora em um ramo, todos os envolvidos colhem o resultado do que foi plantado.

2004- fundação do “PatientesLikeMe.com”

Dentro da história da evolução da medicina digital, um dos pontos mais relevantes foi a criação da plataforma “PatientesLikeMe.com”. 

Uma rede social em prol da saúde, o site conta com mais de 200 mil membros que atuam na pesquisa de novos tratamentos e novos fármacos, além da medição dos resultados nos pacientes.

Esse tópico da revolução digital na saúde permite que pacientes troquem informações uns com os outros. Diante disso, a interação paciente-paciente, médico-paciente e pesquisador-paciente-médico é fomentada e proporcionada globalmente, principalmente para doenças caracterizadas como degenerativas.

2005- Desenvolvimento da terapia digital (WellDoc)

Quem não gostaria de ter a possibilidade de cuidar da saúde através do próprio celular? Foi por essa demanda que a terapia digital surgiu. 

Consistindo em um software, a terapêutica pode promover a melhora da saúde através do smartphone contribuindo para cerca de 20% de melhora diante da ampla variedade existente.

Outrossim, a melhora dos hábitos de vida fomentam uma melhoria na vida daquele que se torna adepto desse tipo de terapia. Os custos, também, se tornam menores a longo prazo já que o indivíduo estará se cuidando ao longo de várias semanas e meses com a ajuda de algo que ele tem em mãos diariamente.

2007- Artigo E-patient

A revolução digital na saúde técnico-científica-informacional auxiliou no desenvolvimento e estabelecimento da internet. 

Para se adequar ao mercado, a medicina também precisou se digitalizar. Foi mediante a isso que o artigo “e-patient” veio abordar a importância e a necessidade dos pacientes estarem conectados.

Em virtude disso, um blog foi feito para deixar pessoas que pensavam da mesma maneira conectadas. O site “epatient.net” foi gerido até a morte de seu fundador, mas auxiliou  na amplificação da visão de que a medicina digital deveria, de uma vez por todas, ser instaurada.

2010- O Movimento #PatientsIncluded 

Um dos principais oradores da área médica, Lucien Engelen, a procura de maior comunicação dos pacientes com medicina e nos debates médicos, fundou o movimento “PatientsIncluded”. 

Visando incluir os atores mais importantes das terapias, ele levou a ideia para o mundo para que os pacientes se tornassem autores ativos de sua própria saúde. 

Dar o poder a eles, em outras palavras, era uma busca pelo envolvimento ativo que propulsionaria a revolução digital na saúde.

2014- BMJ cria o Patient Panel

Qual médico não gostaria de ter uma espécie de controle sobre os cuidados do paciente e o que ele precisa naquela época de sua vida? Foi pensando desta maneira que o “Patiente panel” foi fundado. 

Com uma logística direta de envolver o paciente, o painel aprimorado proporciona um maior entendimento para o médico e, consequentemente, um melhor cuidado.

Além de um melhor atendimento individual, os médicos relatam que a população local também ganha com a melhoria e assertividade dos cuidados repassados.

Unindo tecnologia e medicina, como podemos ver, é uma das maneiras mais certas de angariar a participação e interação. Portanto, a relação entre médicos,pacientes e família se tornou mais leve e o tratamento passou a ser menos formal.

2017- FDA lança a Digital Health Unit

Com os avanços médicos e tecnológicos caminhando lado a lado, a Global Digital Health Unit (GDHU) foi criada. Como se fosse uma escola superior de saúde, a equipe multidisciplinar trabalha organizando e gerindo tecnologias que podem auxiliar na criação de políticas e melhorias para a área da saúde.

Criada pela Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, o objetivo era acompanhar as mudanças do pensamento de mercado. Desenvolvendo novos sistemas e estruturas, o avanço tecnológico médico é a principal meta da GDHU.

2018- AMA pública sua política de IA 

Responsável pelo desenvolvimento de saúde nos Estados Unidos, a American Medical Association desempenha um papel primordial na gestão e padronização. Reconhecendo a importância tecnológica, a agência publicou informações sobre inteligência artificial (IA) médica.

De modo a fomentar o uso, uma padronização foi criada para garantir a eficiência do uso da técnica. Incentivando à educação médica e dos pacientes, abordam os limites e os principais usos da IA. 

Foi a primeira declaração sobre o uso, promovendo a continuidade do avanço em direção à revolução digital na saúde .

2020- O FDA aprova o primeiro dispositivo de ultrassom guiado por I.A.

Quem nunca viu filmes futurísticos em que robôs comandavam máquinas? já vimos também e essa realidade está mais próxima do que podemos imaginar. 

O primeiro exemplo de medicina digital robótica nos foi dado com o primeiro dispositivo aprovado pela FDA e que auxilia em procedimentos médicos.

Objetivando a revolução digital na saúde e continuação do mercado, o dispositivo de ultrassom guiado por IA foi amplamente aceito pelas empresas de saúde.

Buscando ter uma melhora significativa, o software vem ganhando espaço para mudar o sistema de saúde público e particular.

A revolução digital na saúde no Brasil junto com a pandemia da Covid-19 / Estratégias 2020-2028

A revolução digital na saúde no Brasil vem ganhando amplo espaço na última década. Fomentada pela pandemia de covid, somada ao grande desenvolvimento e solidificação, cada vez mais tem uma medicina digitalizada com a integração dos médicos buscando aperfeiçoamento nessa área.

Com base nisso, foi divulgado, no ano de 2020, um documento com as próximas estratégias de saúde para o incremento e desenvolvimento da saúde digital brasileira. 

Com as perspectivas e ações para os próximos 8 anos, a estratégia busca encaminhar as atividades, buscando aumentar e transformar a saúde no país.

Nesse documento, dividido em eixos, as prioridades são apontadas e associadas às etapas evolutivas. 

Abrangendo todos os setores:

  • O eixo 1- envolve ações para o SUS; 
  • O eixo 2 – aborda diretrizes colaborativas; 
  • O eixo 3- busca estabelecer e catalisar colaboradores para ampliar a estratégia. 

O futuro está chegando rapidamente.

O que é transformação digital na saúde?

Para falar sobre a grande importância da história da medicina digital, e suas principais influências na evolução,Berci Meskó diretor da TMF, publicou uma timeline no twitter com as 53 conquistas mais relevantes. 

Tais conquistas, como aponta o diretor, só foram possíveis graças ao incremento e à revolução digital na saúde e o futurismo médico ganhará, cada vez mais, com isso.

Fonte: https://twitter.com/Berci/status/1387059177718169603/photo/1

O que é transformação digital na saúde?

Em menos de 30 anos, como percebemos ao longo deste artigo, a área médica se desenvolveu conforme o avanço social acontecia. 

Aliado a isso, a revolução digital na saúde precisa ser acompanhada por estudantes e por profissionais para que, deste modo, o futuro do paciente possa contar com as melhores armas de tratamento.

De modo geral, o desenvolvimento acontece gradativamente. Sem que possamos perceber, novas tecnologias são incrementadas na área médica. 

É preciso buscar a qualificação para lidar com a medicina digital, mas, também, é preciso entender a sua importância e solidificação que a mesma ganha diariamente na modernidade.

Quando, como e porque só saberemos conforme sua evolução. O que fica claro é que isso não vai mudar e que a e-medicina, a e-saúde ou a saúde digital veio para ganhar terreno e ficar.

A revolução digital na saúde é o que nos espera, e é com ela que a medicina vai caminhar lado a lado.

Publicado em:19/11/2022
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