Medicina digital: tecnologias e benefícios na nova era (2023)
Medicina digital: tecnologias e benefícios na nova era (2023)
Paulo Miranda
Paulo Miranda
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Reflexo das mudanças ocorridas durante as décadas, a medicina digital também tem se expandido vorazmente.

Exemplo disso, mais recentemente temos a expansão da medicina digital, uma ramificação que começou a ganhar força no setor da saúde mediante a aplicação de meios digitais.

Apesar de ter sido iniciado há alguns anos, a pandemia do coronavírus deu uma alavancada extremamente grande na medicina digital.

Com a necessidade de permanecer em isolamento, o cuidado à saúde precisou ser reinventado e atualizado. Ir em busca de atendimento, com isso, tornou-se uma maneira de permanecer em casa e ainda ser cuidado.

Imagem exemplificando como a digitalização da medicina já se faz presente e traz benefícios.

O que é a medicina digital?

O que é a medicina digital?

Com uma nova personalização e personificação, a saúde começou a utilizar-se das tecnologias da informação e comunicação para aplicar à medicina.

O conceito de medicina digital, apesar de ainda estar em construção, trata-se da utilização desses serviços de informação e comunicação para aprimorar a qualidade dos serviços.

História da medicina digital

A história da inserção digital no meio da saúde data de 1950. Com a adesão da tecnologia dentro da parte da rotina médica, principalmente em países como Estados Unidos da América, os registros de saúde tornaram-se mais dinâmicos e os dados cresceram exponencialmente.

Se antigamente tínhamos um conhecimento médico dobrando a cada 50 anos, atualmente temos esse número caindo: com o uso da tecnologia, a cada 2 anos estima-se que os profissionais da saúde são capazes de angariar novos conhecimentos.

Diante disso, torna-se possível incrementar novos padrões que proporcionarão uma melhoria no sistema e no atendimento.

Como ser médico virtual dentro da nova medicina?

A evolução da medicina passou a permitir novos avanços, incluindo a monitorização de pacientes e o acesso rápido e compartilhado dos exames e resultados adquiridos.

Mesmo com a digitalização dos documentos a partir de 1950, a primeira incrementação tecnológica foi a utilização de telefones para marcar consultas.

Com o avanço tecnológico, a partir dos anos 2000 a medicina digital começou a ganhar espaço, solidificando-se a cada nova implementação médica que tinha respaldo na área da informática.

Num mercado em constante mudança, como ser médico virtual?

Com a digitalização médica, os processos tornaram-se mais práticos e rápidos. Além disso, a experiência precisou se aperfeiçoar não apenas para o médico, mas, também para os centros que necessitam buscar novas maneiras de proteger os dados de seus usuários.

À medida que a evolução avança, as tecnologias se difundem para várias áreas.

A presença do médico não deixou de ser necessária nos consultórios, porém sofreu incrementos que o ajudam a levar saúde e bem-estar para seus pacientes da mais variada forma, além de ter qualidade e eficácia em diagnósticos difíceis.

É desta maneira e por este caminho que o médico virtual está sendo construído no Brasil.

O futuro é agora: benefícios da medicina digital

Com um bom acervo de benefícios, a medicina digital aponta uma maior facilidade mediante a tecnologia usada como aliada para a saúde.

A partir dela, torna-se possível promover um maior acesso aos serviços de saúde, principalmente em território brasileiro já que vivemos em um país com medidas continentais.

Levar, de modo remoto, a saúde aos lugares que, outrora, era inviável, é uma realidade da saúde baseada no avanço tecnológico.

Outro grande benefício é a redução de custos: como já existem vários softwares para a área médica, a redução aliada à otimização é uma realidade dentro da cadeia médica.

Com isso, os sistemas de saúde ficam mais rápidos já que uma agilidade é proporcionada mediante a utilização de softwares e ajuda da rede de internet.

É possível, também, promover uma melhora para o paciente já que o prontuário dele fica disponível em um banco de dados que pode ser acessado por todo médico cadastrado.

De tal modo, também temos uma simplificação do processo mediante a possibilidade de armazenamento de dados.

Desse modo, torna-se possível conseguir uma melhoria nos exames, consultar maiores bancos de dados, ter a opinião de diversos médicos e repassar essa melhoria em um tratamento mais eficaz e direcionado ao paciente.

Práticas da medicina digital

Perante a massificação global da medicina digital, já tornou-se possível listar algumas modalidades que estão dentro desta categoria.

Os centros médicos já começaram a se preparar para, caso ainda não estejam oferecendo serviços digitais, possam começar a ofertar devido a grande demanda.

Um dos pioneiros foi a telemedicina que, aliado a utilização da rede de internet, conseguiu prestar serviços de saúde a distâncias nunca esperadas.

Atualmente, além de consultas com generalistas e especialistas, já é possível fazer a emissão de laudos, prescrever medicamentos, além de orientar pacientes para determinadas condições de saúde ou em consultas de rotina.

Aliado a telemedicina, a inteligência artificial também começou a ser utilizada com grande êxito na área médica.

Através de softwares instalados em diferentes aparelhos, é possível promover uma experiência nova que permite até a detecção precoce de doenças como Alzheimer e Parkinson. 

A telemedicina já é uma realidade no Brasil, Viva a medicina digital.

A telemedicina já é uma realidade no Brasil. Algumas universidades já estão incrementando a matéria em suas grades de modo a preparar o futuro médico para o mercado em constante evolução na área da medicina digital.

Não ficando apenas na parte prévia, a inteligência artificial no contexto médico também permite a análise de células cancerígenas.

Outra incrementação é na criação de órgãos e materiais em 3D que são utilizados em procedimentos médicos, fomentando melhores cuidados aos pacientes que necessitem de intervenções.

Outro grande avanço é a oferta de telemonitoramento.

Com dispositivos que já são utilizados no cotidiano do paciente, a conexão com a internet permitiu à medicina digital avaliar seus pacientes em tempo real: é o caso das pulseiras conectadas aos celulares, uma forma de acompanhar a pressão arterial e doenças como diabetes mellitus.

Caso necessário, as informações são usadas para direcionar o futuro tratamento do paciente.

Um dos avanços especiais foi a utilização da telerradiologia no contexto da medicina digital. Com a utilização da rede de dados, é possível compartilhar e monitorar informações de imagens radiológicas.

Com isso, tornou-se possível ampliar a busca pelo laudo médico mais detalhado e certeiro, uma forma de mitigar tratamentos errôneos.

Lente de contato para acompanhamento de diabéticos, medicina digitalizada no Brasil.

Lente de contato que verifica os níveis de glicose em pacientes com diabetes, permitindo uma melhor comparação dos resultados.

Os benefícios, ao serem unidos em uma grande bolha, conseguem promover um atendimento mais rápido.

Não apenas isso, mas, também, é possível disponibilizar os serviços médicos a áreas que carecem de tal, além de reduzir os custos, tornando a inovação uma necessidade custo-benefício positiva não apenas para o paciente, mas para o médico e as empresas médicas também.

Quem ganha com a prática da medicina digital

Dentro dos benefícios, torna-se viável angariar quem ganha com a prática da medicina digital.

Ao contrário do que achava-se no começo, no qual o único que era beneficiado era o hospital por conseguir mais agilidade em seus processos derivados das anotações médicas, os benefícios passaram a se estender para todos os envolvidos na cadeia de atendimento.

Em primeiro lugar, aponta-se o maior beneficiário: o paciente.

Com a possibilidade de ter acesso remoto, além de conseguir acompanhamento médico ao longo de suas atividades diárias e cuidados que alertam os eventuais serviços caso necessário, o usuário não necessita dispor sempre do trajeto até o hospital para conseguir os cuidados médicos necessários.

Consequentemente, com a melhoria do cuidado ao paciente, a equipe médica também passou a ganhar.

Vários tratamentos foram avançando devido à medicina digital, além de permitir uma maior agilidade para salvar dados e compartilhar em busca de outras opiniões médicas.

Mediante a isso, a cadeia da relação médico-paciente tornou-se mais sólida com a diminuição dos diagnósticos inconclusivos por falta de informação.

Sala inteligente para acompanhamento de pacientes em hospitais do futuro

Os hospitais do futuro já se transformaram em realidade. Os atendimentos são avanços da medicina digital e auxiliam em técnicas que podem ser realizadas à distância.

Os centros de saúde também foram beneficiados com a medicina digital: vários hospitais – nomeados como hospitais do futuro – já contam com softwares que fazem a leitura dos sinais vitais do paciente assim que ele entra no local.

Além disso, a melhoria promoveu o aperfeiçoamento dos tratamentos que, por sua vez, conseguiram melhorar o fluxo de atendimento e mitigaram as esperas infindáveis.

Ao abranger todos os envolvidos, podemos perceber que o incremento digital proporcionou à medicina melhorias em vários pontos.

Apesar de ainda não ser algo massificado para toda a população, espera-se que os benefícios possam ser alongados a todos aqueles que utilizam-se dos serviços de saúde.

O que esperar da evolução ao longo do tempo

É preciso apontar que, ao longo dos próximos meses e anos, o que se espera é que melhorias sejam implantadas em cima das que já estão em utilização ao longo do mundo.

Desse modo, o que podemos imaginar em um futuro cenário é que não apenas a medicina privada ganhará ares digitais, mas, também, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá se aperfeiçoar e começar a utilizar a tecnologia ao seu favor.

Mesmo que ainda levaremos um tempo considerável para implantar a digitalização completa no SUS, com a utilização da medicina digital em escalas maiores, os valores também começarão a se estabilizar.

Mediante a isto, espera-se obter um desafogamento do sistema público em decorrência da maior busca pelos serviços privados, principalmente no ramo da saúde primária.

O futuro não para por aí! A evolução avançará em direção aos tratamentos: o esperado é que a medicina digital avance em direção às doenças que necessitam de intervenções e ainda não se tem um padrão eficaz.

É o caso de doenças como câncer e alterações genéticas: através da medicina digital, futuramente já será possível identificar e intervir de modo prévio em condições clínicas que ainda caminham a passos lentos.

Produtos oferecidos pela medicina digital

Dentro da medicina digital, temos os produtos da evolução que, diante do aperfeiçoamento e da necessidade, angariaram adeptos em todos os lugares.

Com as evidências apoiando sua prática, os softwares são diariamente atualizados e contam com o fomento da indústria médica para ganharem as graças dos usuários.

Dentro desse ramo, temos os marcadores digitais. Um dos mais utilizados são os relógios que, mediante a unidade de medição inercial, já dispõe de tecnologia que auxilia na identificação de quedas e inconsciência.

É possível, também, fazer a medição de tremores e associá-los ao sistema nervoso, o que permite uma análise prévia que pode evidenciar a instauração de doenças como o Parkinson. 

Pílulas ingeríveis - aparelhos de medicina digital com sensores de última geração

Pílulas ingeríveis contam com sensores para avaliar ingesta medicamentosa e auxiliar a não esquecer o medicamento.

Outro aparelho da medicina digital são as pílulas com sensores. Elas são ingeridas e possuem biomarcadores que, ao serem ativados, detectam se os demais medicamentos foram tomados e marcam o horário de tomada.

É uma maneira de auxiliar o idoso a não deixar nenhum medicamento de lado, além de lembrá-lo do horário, já que a tecnologia é conectada ao smartphone e apita quando o medicamento não é ingerido.

Também encontra-se softwares voltados para a terapia médica relacionada com o cuidado mental. São aparelhos, como os relógios marcadores, que detectam os níveis hormonais do paciente e conseguem traçar algoritmos para avaliar o estado de humor do paciente.

É uma maneira de intervir, quando necessário, em pacientes com transtornos de humor.

Outro combinado da medicina digital entra as lentes de contatos para a marcação de diabetes mellitus. Elas são colocadas no paciente diabético e conseguem medir o açúcar ao entrar em contato com o conteúdo lacrimal do olho.

Os dados são separados e encaminhados para o software do médico, diminuindo a necessidade de furar os dedos e aumentando a eficácia nas medições espaçadas de glicose.

Segurança de dados dentro da medicina digital

Os dispositivos médicos foram regularizados por meio da Resolução RDC de número 185 da Anvisa. Ocorrendo no dia 22 de janeiro de 2001, a regulamentação vinha atualizando a virtualização dos equipamentos e dos procedimentos.

Com o avançar dos anos e das tecnologias, os softwares foram aperfeiçoados e foi necessário iniciar uma nova busca por resoluções mais atualizadas.

Entrando na pasta da Agenda Regulatória da Anvisa, desde 2017 buscava-se uma normativa que amparasse não apenas o médico: é necessário resguardar o paciente.

No dia 4 de maio de 2022, ainda não respaldado por outros órgãos, o Conselho Federal de Medicina divulgou a Resolução de número 2314/2022 que definiu a regulamentação da telemedicina no Brasil.

Resolução de número 2314/2022 deu a telemedicina a devida regulamentação no Brasil

Os dados do paciente ficam salvos em uma nuvem que permite com que outros médicos tenham acesso ao seu prontuário. É necessário uma segurança adicional para mitigar as falhas no compartilhamento desses dados.

Apesar da regulamentação da telemedicina, a oficialização regulamentar da medicina digital não tem uma oficialização acerca da segurança de dados dentro de seus avanços.

Pauta de várias discussões, a proposta é amparar os pacientes e promover uma maior segurança no que diz respeito ao fornecimento de dados pessoais ao se buscar auxílio médico.

Os próximos passos giram em torno do capítulo que busca a padronização de procedimentos que envolvem a colaboração de outros médicos e que, com isso, exponham dados de pacientes.

Pode-se esperar que as evoluções visem amparar e proteger cada vez mais os dados oferecidos o que, por sua vez, trará maior confiabilidade na tecnologia digital dentro da área médica.

Medicina digital democratiza saúde preventiva nas empresas: uma notícia brasileira

O artigo publicado na Medicina S/A escrito por Claudia Machado apontou que, mediante a pesquisa prévia do jornal Valor, 80% das empresas brasileiras não se adaptaram à medicina digital e ainda não monitoram a saúde de seus funcionários.

Apesar de ofertarem planos de saúde, as empresas ainda não fizeram o implemento de tecnologias que cuidassem da parte preventiva da saúde.

O que a reportagem e os dados nos mostram é que ainda é necessário aumentar as áreas nas quais a medicina digital está sendo incrementada.

Não se pode falar de democratização de acesso quando, dentro de uma empresa, os funcionários não contem com uma ação prévia no cuidado de sua saúde física e mental, o que levaria a menores índices de abstenção trabalhistas.

Dentro da reportagem vinculada ao jornal Valor, cerca de 65% das empresas brasileiras ainda não investem em programas e softwares de saúde mental para seus funcionários e colaboradores.

O que entra em contradição, portanto, já que o próprio mercado elenca a saúde como primeiro bem na vida de uma pessoa, mas as empresas ainda a tratam como um supérfluo na hora de investimentos.

Com o avanço, a medicina digital já conta com ferramentas que conseguem cuidar da saúde física e mental. Falta, no entanto, a massificação dessa informação de modo a buscar uma cobrança mais efetiva diante dos grandes empresários.

A evolução digital não ficou restrita apenas aos outros ramos: a medicina evoluiu juntamente e trouxe novidades na área.

A medicina digital trouxe benefícios dentro da cadeia de atendimento, levando praticidade para o paciente, respaldando o médico na busca de um melhor diagnóstico e na implementação de tecnologias que auxiliarão no cuidado ao usuário dos serviços de saúde.

Os avanços estão acontecendo diariamente e já se tornou possível a verificação da saúde do paciente sem que ele esteja dentro do consultório médico.

Além disso, também foi possível compartilhar informações em busca de novas opiniões médicas, levando benefício ao usuário e maior integração 

Apesar da ausência de uma diretriz que ampare a segurança dos dados, a medicina digital tem evoluído de modo a mitigar as perdas e a exposição.

Espera-se, para um futuro próximo, a melhoria do serviço de modo a padronizar, amparar o usuário e promover massificação do serviço de modo a levar o mesmo para todos os cidadãos que desejarem os novos cuidados dentro de sua rotina médica.

Publicado em:21/11/2022
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